Neste mundo conturbado
Onde reina a imperfeição
Tenho de firmar um postulado
Retirado desta conclusão
Se nos mata a cristandade
E nos condena o Corão
Qualquer religião é injusta
Aprendamos à nossa custa
O que digo aos botões meus
Mal está esse general
A que tantos chamam Deus,
Pois que só conta nas hostes
Para dirimir bem do mal
Com os descrentes ateus.
© CybeRider 2015
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terça-feira, 13 de janeiro de 2015
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
A maioria
A maioria é profícua.
A maioria não trabalha.
A maioria não conduz.
A maioria sabe ler e escrever.
A maioria não lê nem escreve.
A maioria escreve mal.
A maioria fala mal.
A maioria porta-se bem.
A maioria nunca comeu lagosta.
A maioria vive infeliz na bruma.
A maioria coscuvilha.
A maioria apaixona-se.
A maioria não sabe amar.
A maioria já viu o mar.
A maioria já viu um morto.
A maioria nunca viu morrer ninguém.
A maioria nunca matou ninguém.
A maioria não acredita na sua própria morte.
A maioria acredita em dogmas.
A maioria acredita que a sorte há-de bafejar.
A maioria não pede desculpa.
A maioria acredita no perdão tácito.
A maioria desconhece o mal.
A maioria é pobre.
A maioria nunca dormiu na rua.
A maioria nunca viveu de caridade.
A maioria nunca matou para comer.
A maioria não sabe tocar um instrumento.
A maioria engana-se.
A maioria é dócil.
A maioria é perversa.
A maioria tem pensamentos inconfessáveis.
A maioria tem certezas.
A maioria tem medos.
A maioria tem nojo.
A maioria tem doenças.
A maioria é mal-educada.
A maioria é silenciosa.
A maioria acha que escolhe bem.
A maioria está mal informada.
A maioria escolhe mal.
A maioria desconfia dos outros.
A maioria acha que é incógnita.
A maioria tem preconceitos.
A maioria não pensa por si.
A maioria não pensa por mim.
A maioria não me conhece.
Eu não conheço a maioria.
© CybeRider 2014
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Do cesto dos papéis,
Poesia
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Presença
São os diamantes do teu sorriso.
.
São teus passos despidos sobre o silêncio
No chão vazio de sentido.
São os teus braços maternos
Vigiando-me menino
Sem cigarros nem gravata,
Sem pessoas...
São os teus olhos luzentes, curiosos,
Quase a medo.
É a tua pele do marfim mais doce,
Mais macio, mais quente,
Mais de veludo e seda.
São teus beijos de amante
É a tua língua rubra
Limando na minha carne
Linhas lindas de prazer-delícia,
Êxtase de loucura.
São raios do teu cabelo
Devorados vezes mil
Por dedos tão cúmplices
De mim e ti; os meus
Que sou teu... Tanto!
Salteador ateu
Profanando tesouros que encerras
Milenários
De carinho cuidado,
Tecidos por ti, vestidos por mim
Transformados unos
Nos lábios; na voz;
No sentir-te sentires-me
Em ti, em mim, em nós.
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Poesia
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Ode aos surdos
“O que dizes não se escreve”,
Tanta vez ouvi dizer.
E por acreditar não escrevia
Tantas coisas que esquecia
Por evitar de as escrever.
Bastas ocasiões invejei
Eruditos de toda a parte
E outras tantas me impedi
De dizer o que não escrevi
Por duvidar da minha arte.
Seguros nas convicções
Tantos em contracorrente
E eu em silêncio profundo
Ouvia as injúrias ao mundo
Por me negar a ser gente.
Por não ter os manuscritos
Calava a minha razão
E tantas vezes contive
Tantos lamentos que tive
Pela minha humilhação.
Gritos calados bem fundo
Que eu evitava escrever
E eles todos escreviam
Tudo aquilo que diziam
Sem terem de se esconder.
O que tanta vez pensei
Consegui dizer um dia
E olharam então para mim
Como se vissem por fim
Um morto que renascia.
Mais vale que vos caleis
Que não haveis aprendido
E nem amigos tivestes
Para vos tirar dos agrestes
Caminhos por onde tenho ido.
Por esses tão pobres conceitos
Calai-vos, tentai esquecer
E evitai a confusão
Não sabeis decerto a lição
Que eu tive de aprender.
A que me serviu de mote
Por bons exemplos ter tido
E não se devia escrever
O que tendes para dizer
Nem por ninguém ser ouvido.
Resolvi testar por mim
Aquilo que tanto me ocupa
E passar a escrever amiúde
O que considero, pela saúde,
Ser o que ninguém preocupa.
Com surpresa aprendo assim
Também com contentamento
E outra lição tiro a quente
Não fico mais eloquente
Nem mais forte de pensamento,
Não memorizo na mesma,
Descubro o que ninguém quis
E sei agora afinal,
No saber da gente normal,
Que o que escrevo não se diz.
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Poesia
domingo, 20 de junho de 2010
O Boneco de Corda
O Sol que brilha na rua
Hoje não brilhou para mim
E mandou recado pela Lua
Que esta noite, minha e tua,
Teria de ser assim.
Sofri um pouco, confesso
Por não sentir o teu beijo.
E desejei um processo
De encontrar um acesso
De resolver o desejo.
Olhando ao longe o vazio
Da tua ausência anunciada
Desejei perder este frio,
E o pensamento sombrio
De teres tu perdido esta estrada.
Recordei palavras tuas:
Que me amarás eternamente,
E imaginei-me pelas ruas
Pisando as pedras nuas
A fugir de toda a gente.
Lá longe oiço um barulho,
Tudo de ti me recorda,
Não me resolve o engulho.
E na noite azeda mergulho
Como um boneco de corda.
Vestindo esta ausência imensa,
Sinto a falta de um pedaço.
E também de forma intensa
A cabeça que não pensa,
E o coração que perde o compasso.
Ao Sol de amanhã vou pedir
Que afogue a minha incerteza,
Me dê ânimo para seguir,
Me traga as notícias por vir
E dê sabor ao meu pão sobre a mesa.
© CybeRider - 2010
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Poesia
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Soneto a carvão
Roubei do negro corvo as lúgubres penas
Com elas peneiro agora a minha penitente alma
Por consolação que estranhamente me acalma
Guardei delas, a medo, apenas as mais pequenas.
Dessas, de tão sórdida, cruel e negra lembrança,
Arredei as mais impuras mas sãs loucuras,
Restaram, para meu desconsolo, as mais escuras
A constranger com força as réstias de esperança.
Assim me pavoneio, fingindo que não são minhas
As tristezas que desta forma inglória carrego
Antes tivesse eu pilhado a mais fofa das galinhas,
Não teria agora o corvo a tentar que as restitua.
Debato-me no meio da rua, a eito, como um cego
Tentando manter minha a roupagem que era sua.
© CybeRider - 2010
Com elas peneiro agora a minha penitente alma
Por consolação que estranhamente me acalma
Guardei delas, a medo, apenas as mais pequenas.
Dessas, de tão sórdida, cruel e negra lembrança,
Arredei as mais impuras mas sãs loucuras,
Restaram, para meu desconsolo, as mais escuras
A constranger com força as réstias de esperança.
Assim me pavoneio, fingindo que não são minhas
As tristezas que desta forma inglória carrego
Antes tivesse eu pilhado a mais fofa das galinhas,
Não teria agora o corvo a tentar que as restitua.
Debato-me no meio da rua, a eito, como um cego
Tentando manter minha a roupagem que era sua.
© CybeRider - 2010
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domingo, 27 de setembro de 2009
Pequeno e Imprevisto
Este exercício é resposta daqui
.
Neste belo mas aziago dia
Havia por cá eleições
Eu, apesar de incauto sabia
Que em defesa da democracia
Se iriam mover multidões.
.
O que das sondagens se previa
Que o poder absoluto findasse
Trazia dois grandes em agonia
Mas não me causava fobia
Que o meu voto não aplacasse.
.
Para escolher quem ganharia
Vieram da cidade e das hortas
E eu apostava a lotaria
Que iriam fazer porcaria
Mas nunca que ganhasse o Portas.
© CybeRider - 2009
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Com dedicatória,
Poesia
terça-feira, 28 de abril de 2009
Fútil
A HORA DO CHÁ
A senda do ser
É um fio estreito da tua blusa.
Duas pitadas
Da areia mais pura do deserto
Dissolvem-se no teu chá:
Mar morto juncado de cadáveres
Importados da Índia.
Uma pele manchada de natureza
Escorre-te pelos braços nus, agora quentes
E um rafeiro de tédio
É um nó bocejante a teus pés,
Leitosos, tratados, de garras limadas
A tinta escarlate.
As cinco horas queimam-te os dedos
Na porcelana de renda.
O cheiro a nostalgia
Enche-te o salão sonante
De claves de piano;
A sensualidade
Brota-te dos poros, humedece-te
Queima-te a pele nívea, agora rósea.
E tu, flutuas nas florais borras
Do teu chá
Sem gosto,
Adormecido.
A senda do ser
É um fio estreito da tua blusa.
Duas pitadas
Da areia mais pura do deserto
Dissolvem-se no teu chá:
Mar morto juncado de cadáveres
Importados da Índia.
Uma pele manchada de natureza
Escorre-te pelos braços nus, agora quentes
E um rafeiro de tédio
É um nó bocejante a teus pés,
Leitosos, tratados, de garras limadas
A tinta escarlate.
As cinco horas queimam-te os dedos
Na porcelana de renda.
O cheiro a nostalgia
Enche-te o salão sonante
De claves de piano;
A sensualidade
Brota-te dos poros, humedece-te
Queima-te a pele nívea, agora rósea.
E tu, flutuas nas florais borras
Do teu chá
Sem gosto,
Adormecido.
© CybeRider - 2009
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sexta-feira, 20 de março de 2009
Uma coisa que o dinheiro não compra
INSPIRAÇÃO
Lago que te penso
Prenhe,
Não de torrentes mortas
Mas de segredos
E corres nas minhas veias
Rios de sangue
Onde se afogam mágoas de rebelde
E revoltas ébrias de esperança.
Sacio-me em cada raio de luz
Que te reflecte a cor
Tecida a aguarelas mil
Que não posso prever.
E desejo estar nas tuas águas calmas,
Afogar-me de ti,
Com vontade de morrer nenhuma vez
Serena mansidão,
Latente,
Doce,
Que te não quero saber o fim.
Sinto-te o calor
Do corpo que encerras imerso
E a terna concupiscência
De perseguir-te o leito.
Lago que te penso
Prenhe,
Não de torrentes mortas
Mas de segredos
E corres nas minhas veias
Rios de sangue
Onde se afogam mágoas de rebelde
E revoltas ébrias de esperança.
Sacio-me em cada raio de luz
Que te reflecte a cor
Tecida a aguarelas mil
Que não posso prever.
E desejo estar nas tuas águas calmas,
Afogar-me de ti,
Com vontade de morrer nenhuma vez
Serena mansidão,
Latente,
Doce,
Que te não quero saber o fim.
Sinto-te o calor
Do corpo que encerras imerso
E a terna concupiscência
De perseguir-te o leito.
© CybeRider - 2009
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quarta-feira, 11 de março de 2009
Do calão ao erudito
AS PALAVRAS
Quando era miúdo
Dizia asneiras em vez de palavras
E, sobretudo, dizia palavras
No lugar de asneiras...
Agora, digo palavras que não são asneiras
E asneiras que nem palavras são...
E se tenho motivos para dizer
As asneiras que sei,
Troco-as muitas vezes
Por palavras que não conheço.
Momentos há até
Em que as asneiras que digo
Soam a palavras vazias
E palavras que digo
Soam a asneiras
Que nunca soube dizer.
Quando fios da seda mais branca
Me amortalharem,
Direi decerto muitas asneiras
Em vez de palavras
E muitas palavras
Que nem asneiras chegarão a ser.
Mas hão-de sempre haver
Tantas asneiras demais ditas
E tantas palavras lindas
Que a censura do tempo
Não deixará nascer...
Quando era miúdo
Dizia asneiras em vez de palavras
E, sobretudo, dizia palavras
No lugar de asneiras...
Agora, digo palavras que não são asneiras
E asneiras que nem palavras são...
E se tenho motivos para dizer
As asneiras que sei,
Troco-as muitas vezes
Por palavras que não conheço.
Momentos há até
Em que as asneiras que digo
Soam a palavras vazias
E palavras que digo
Soam a asneiras
Que nunca soube dizer.
Quando fios da seda mais branca
Me amortalharem,
Direi decerto muitas asneiras
Em vez de palavras
E muitas palavras
Que nem asneiras chegarão a ser.
Mas hão-de sempre haver
Tantas asneiras demais ditas
E tantas palavras lindas
Que a censura do tempo
Não deixará nascer...
© CybeRider - 2009
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segunda-feira, 2 de março de 2009
Humor negro
JARDIM DE DEUS
Ter um jardim não fosse Deus
E hoje os pássaros seriam sem flores nem galhos;
Minhas mãos vazias de dedos, que tocassem folhas
De veludo, e sede de água, de sangue.
No meu jardim os ossos brotam entre as pedras.
A carne fresca é o estrume: a escória...
E areia (muita), que grita tão alto!
Que já não me sinto tão forte:
Tenho medo,
Medo... MEDO!
Medo das letras...
Que não se apaguem aquelas que, por ingenuidade,
Escrevemos na areia da praia.
Talvez um dia junto ao mar.
Talvez um dia junto ao peito.
Talvez um dia à distância de um beijo.
Ter um jardim não fosse Deus
E hoje os pássaros seriam sem flores nem galhos;
Minhas mãos vazias de dedos, que tocassem folhas
De veludo, e sede de água, de sangue.
No meu jardim os ossos brotam entre as pedras.
A carne fresca é o estrume: a escória...
E areia (muita), que grita tão alto!
Que já não me sinto tão forte:
Tenho medo,
Medo... MEDO!
Medo das letras...
Que não se apaguem aquelas que, por ingenuidade,
Escrevemos na areia da praia.
Talvez um dia junto ao mar.
Talvez um dia junto ao peito.
Talvez um dia à distância de um beijo.
'
'
© CybeRider - 2009
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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Net rápida
A Teia
Começou por um fio
E uniu um com outro
Dois pontos do vazio
A frio teceu e viu
Soltar a rede que cresceu
Sem as amuras do navio
Puxou de fio a pavio
Esticou cada filamento
Tudo num corrupio
Cada canto ela mediu
Com precisão geométrica
Quase a causar arrepio
E eis que por fim surgiu
A armadilha mortal
Que a aranha construiu
Mas dessa besta fatal
Nasceu para grande espanto
Uma forma afinal
De manter em cada canto
Cada presa dessa teia
A tocar outra que tal
Começou por um fio
E uniu um com outro
Dois pontos do vazio
A frio teceu e viu
Soltar a rede que cresceu
Sem as amuras do navio
Puxou de fio a pavio
Esticou cada filamento
Tudo num corrupio
Cada canto ela mediu
Com precisão geométrica
Quase a causar arrepio
E eis que por fim surgiu
A armadilha mortal
Que a aranha construiu
Mas dessa besta fatal
Nasceu para grande espanto
Uma forma afinal
De manter em cada canto
Cada presa dessa teia
A tocar outra que tal
© CybeRider - 2009
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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Estupidez não é essência
Inteligência
Ser inteligente é ser
Como toda a gente.
Nem mais nem menos diferente
Do homem que planta sozinho
Uma árvore no caminho
Para depois colher os frutos,
Que revolve os calhaus brutos,
Deles faz brotar a vida
Como quem cria um filho
E consegue pôr-lhe um brilho no olhar
E transmitir-lhe a medida indefinida
Da felicidade por chegar.
É olhar de frente e dizer.
Apontar sem fugir.
Ser humilde e dar,
E tolerar.
E fazer acontecer o que
Conseguimos dentro de nós
Realizar.
Ser inteligente é ser
O animal que quer viver
E conhecer.
Vencer e convencer sem derrubar.
Deixar algo de bom
Para alguém recordar.
É a conquista
Sem derrotar ninguém.
É acreditar no que se alcança
Ao ensinar a uma criança
O que acreditamos ser bem.
E nunca baixar os braços.
Manter
As convicções que nos enformam,
Mesmo que soframos o escárnio
Daqueles que nos ignoram.
Ser inteligente é ser
Feliz só por viver
E viver para poder ser
Feliz por viver
Mesmo onde ninguém quis.
Ser inteligente é ser.
© CybeRider - 2009
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sábado, 21 de fevereiro de 2009
Sonho de um cosmopolita
ALDEIA SERRANA
Há uma terriola
Onde os telhados são musgosos;
A água caldosa;
As pessoas rugosas;
As pedras barrentas;
O Sol macilento;
As sombras mortiças;
Os carreiros tortuosos;
A Igreja sertaneja;
Os sinos brejeiros;
As candeias oleosas;
As cabras maltesas;
Havia também meninos,
Muitos, pequeninos,
Passarinhos...
© CybeRider - 2009
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sábado, 14 de fevereiro de 2009
Dia dos Namorados
Dedicado à mulher mais fantástica do Universo
Amor é
Oferecer-te um nada
Tirar-te um pouco
Contar-te uma piada
Ficar-te com o troco
Dar-te suspiros
Acordar-te feliz
Trocar-te abraços
Beijar-te o nariz
Escrever-te uma carta
E pedir-te o selo
Perder-te os chinelos
Guardar-te um cabelo
Partir-te o coração
Colar-te os pedaços
Compor-te uma canção
Mostrar-te palhaços
Corromper-te a solidão
Rasgar-te a roupa
Desarrumar-te o quarto
Deixar-te louca
Pedir-te que esperes
Deixar-te ouvir
Dizer-te o que não queres
Empurrar-te e sorrir
Entornar-te as compras
Sujar-te a casa
Limpar-te a boca
Deixar-te em brasa
Agradecer-te o dobro
De tudo o que te faça.
Oferecer-te um nada
Tirar-te um pouco
Contar-te uma piada
Ficar-te com o troco
Dar-te suspiros
Acordar-te feliz
Trocar-te abraços
Beijar-te o nariz
Escrever-te uma carta
E pedir-te o selo
Perder-te os chinelos
Guardar-te um cabelo
Partir-te o coração
Colar-te os pedaços
Compor-te uma canção
Mostrar-te palhaços
Corromper-te a solidão
Rasgar-te a roupa
Desarrumar-te o quarto
Deixar-te louca
Pedir-te que esperes
Deixar-te ouvir
Dizer-te o que não queres
Empurrar-te e sorrir
Entornar-te as compras
Sujar-te a casa
Limpar-te a boca
Deixar-te em brasa
Agradecer-te o dobro
De tudo o que te faça.
© CybeRider - 2009
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