terça-feira, 6 de outubro de 2009

Anatomia do beijo

Há os húmidos; os secos; os repenicados; os apaixonados, os que gostariam de o ser; os de carinho; os respeitosos; os consoladores; os terapêuticos; os indecorosos; os consentidos; os fingidos; os repudiados; os roubados; os glamorosos; os decadentes...

Tantos... E tão poucos.

E se o sentido que têm pode ser vasto, a forma não o será menos. Se os lábios põem na prática o que a mente já arquitectou, muitas vezes é a língua que lhes dá o vigor para iniciar a orquestra dos sentidos.

Mas isso já sabem... Já todos sabem. Porque hei-de vir aqui perder-me em conceitos que toda a gente conhece?... Que asco!...

Ah! Há os que doem...

Que os há! Já ouvi dizer. Há os que sabemos derradeiros, de alguém que parte para sempre, por vezes até para melhor. Partir para melhor... Esta expressão que me causa estranheza. Como se ao quebrar a loiça lhe amplificasse a qualidade. E, no entanto, às vezes que bem sabe!...

E os que dão nos mortos? É estranho que se beijem os mortos... É um beijo para nosso consolo, que eles não sentem... E apesar disso...

Mas adiante, que são os vivos que escrevem História.

Como é o último beijo de quem se separa para sempre, depois de uma relação profunda e cúmplice. Falo daquelas verdadeiras; que sensação vibra em quem sabe que aquele é o último? Quantas vezes de alívio, outras tantas de receio. E pensa-se nisso? Pensa-se que será "aquele" "o último"?... Melhor quem não saiba, diria eu; se soubesse...

Não sei.

Sei que, por grande que seja o alívio, terá de doer um pouco; pelo que não se construiu mas que comprovadamente se destrói. E vem aquela réstia que nos cheira a liberdade. "Finalmente só". Só, inseguro; carente; às vezes. Perdido, mais vezes; diria eu, como disse que diria outras coisas, que afinal não sei. Mas outras vezes apenas saciado, sem vontade de mais.

E que "saciado" pode ser menos que "carente" também não sei. Mas disse-o, se o disse é porque o penso, se o penso é porque o acho. Acho... Um tesouro, mais um. Escondido... Penso... Num beijo; que nunca se chegará a dar, aquele que ficará para sempre pendente, depois do derradeiro. Aquele que esperámos repetir um dia mas que se afundou na esperança. A esperança, essa tal que morre, também ela, sempre solitária.

E dói, mais que nenhum, o beijo do nosso filho; o que aquela senhora bem vestida limpa da face com o pequeno toalhete, sem notar que reparamos... E esse, sei que dói. E talvez doa como nenhum outro. E há-de doer para sempre, porque não lhe é avó mas me é madrasta.

E porque a vingança se apura em tacho frio, ou num mero beijo que se não dá... Há mortos que nunca hei-de beijar; porque não podem limpar, depois, o meu beijo da face pútrida.



© CybeRider - 2009

26 comentários:

Gemini disse...

O beijo, Cybe!

Estou a escrever sobre ele. Desta vez serei eu que não me alongarei aqui...

O beijo.
Provavelmente o início.
Eventualmente o fim.

Tão presente em tantas lágrimas choradas de sorrisos.

Tão ausente em tantos sorrisos de dor.

(Virei "esmiuçar" este "beijo" melhor!)

;))

CybeRider disse...

Sei que terás outra abordagem. Faz isso com calma. E que te corra bem. Mas principalmente que nunca recebas dos que doem.

Abraço Gemini!

Mário Rodrigues disse...

Sabes, os beijos, entendo-os como se fossem estrelinhas que, imanadas de varinhas magicas, têm como missão provocar o alvo... Os efeitos dessas provocações, podem ser muito belos, mas também devastadores... Os beijos são como gotas cifradas, que temos de desembrulhar, atentos, tristes, ofegantes...

Milu disse...

Quando era miúda e aquando das visitas à minha aldeia Natal, recordo-me que era muito beijada pelas pessoas lá da terra, que na altura me pareciam velhas. Talvez nem o fossem, mas pareciam-me, devido às suas vestes, que então se usavam nos meios rurais: saias compridas e cor preta da cabeça aos pés. A minha primeira reacção era limpar a face com as costas da mão, enojava-me porque sentia a humidade do beijo na face. Algumas pessoas achavam graça a este meu gesto instintivo e tão repentino. Mas os beijos da minha mãe não eram pegajosos, não me incomodavam nada, julgo que gostava deles, embora não tenha grande memória das vezes em que me beijou. Lembro-me de um beijo materno de que não gostei que detestei. Aconteceu durante a cerimónia da minha primeira comunhão ou do crisma, não tenho a certeza. Julgo que foi o padre que deu o mote, o que me lembro foi que a minha mãe se debruçou sobre mim e deu-me um beijo. Não gostei nada, pareceu-me uma palhaçada! Para quê aquele beijo ali, no meio de toda aquela gente? E porquê naquele momento? Eu queria era beijos e mimos naqueles momentos em que mais precisava deles e aquele não era seguramente um momento desses.

Quanto a outro tipo de beijos:
O beijos mais dolorosos e sublimes são aqueles que damos nos nossos filhos. Dolorosos, quando fazem parte de uma despedida. Sublimes, quando nos enchem o coração de amor e principalmente quando são pequeninos. Quando o meu filho era bebé beijar-lhe as bochechas inebriava-me. Fazia-me sentir uma sensação tão boa, que cheguei a perguntar a Deus, o que teria feito, afinal, para merecer tão grande felicidade de ter aquele bebé tão lindo e ternurento só para mim! Hoje sei, que nem tudo são rosas, agora estou-lhe a contas com os espinhos, mas, enfim!

Agora há que falar dos beijos entre os casais. Acerca disto pouco há para dizer, sinto, apenas, que o último beijo já não sabe a nada, porque já sobrevem a toda uma tempestade que se adivinha no horizonte.

Soraia Silva disse...

Cybe, por falar em varios tipos de beijos e a diferença de todos eles, antes de comentar o resto, posso dizer aqui um calao? :P

comentarei consoante a tua resposta :)

Pepita Chocolate disse...

Porque hoje estive com o coração quase despedaçado, tentarei voltar aqui amanhã, ou depois... que isto não anda grande coisa.

Bem sei que tenho prometido segundas visitas. Mas o tempo tem sido pouco, e agora nem o coração quer deixar. e não foi obra de nenhum beijo.

Beijinho,( mas daqueles que estão longe de qualquer das categorias que enunciaste.)

E mais uma vez, hasta luego! a ver se cumpro o prometido...

Nirvana disse...

Há beijos que nunca se esquecem. Ou porque foram muito bons, ou porque foram muito maus. E aqui não falo da "qualidade" do beijo, falo do contexto em que é dado. Como o que falas no penúltimo parágrafo e onde entendo a mágoa que referes.
Um mero beijo que não se dá... pois não deveria ter nada de mero, o beijo. Deveria ser uma manifestação de afecto e apenas isso. Mas usamo-lo como usamos os talheres para comer. Porque é próprio. Porque é assim. O beijo de conveniência social.
O último beijo de quem se separa para sempre depois de uma relação, provavelmente já terá morrido na memória dos intervenientes...e poucos serão capazes de o recordar.
Quanto ao "finalmente só", por vezes é substituído por "finalmente em paz", mesmo só e inseguro.
Eu, hoje, atrever-me-ia a dizer que atribuo mais importância ao abraço do que ao beijo. Não que não goste de beijos :), porque gosto, mas porque no abraço que me dão consigo diferenciar quem me abraça. O abraço não é uma imposição, como muitas vezes o beijo é, socialmente.
Mas... um beijo, daqueles, como diz o meu Prozac, quando há amoooor, ainda continua a ser um momento que vale a pena viver, mesmo que um dia acabem.

E agora deixo aqui um beijinho, com amizade

CybeRider disse...

Olha que essa ideia dos beijos serem como gotas cifradas... Dá uma brutal ideia de minúcia. :)

Haverá algum esquimó a escrever alguma coisa sobre a forma de esfregar narizes?...

Raio de mundinho este...

Abraço Mário!

CybeRider disse...

De facto Milu! Bem recordado. Essas memórias transportam-me ao tempo de alguns dos tais beijos repenicados numa face imberbe que perdi há muito... E alguns deixei-os na manga da camisola, sim... Mas sempre às escondidas, e ainda em idade de não conseguir compreender que não nos deveríamos revoltar com o bem que nos fazem, e menos com o que nos querem... Por vezes temos de sofrer algum mal para aprendermos a ver o bem. E aqueles beijos das tais "velhas" eu via-os como uma tentativa de me roubarem um bocadinho da minha alma, pelo desgosto que tivessem de não poderem voltar a ser meninas... Mas estava errado, elas não seriam de facto velhas, e não me quereriam afinal roubar nada.

Há algo de angélico no toque da pele dos bebés. Fazem-nos assim, para que não consigamos resistir a protegê-los. E fica-nos o vício em relação aos filhos, e depois de adultos ainda queremos afagar-lhes as bochechas e acaba por nos ficar uma certa mágoa pelo tempo que passou a correr e por os termos deixado crescer tão depressa (estou a pensar num, que se chegar a ler isto...). Mas o tempo tudo cura, menos o sentimento de protecção, dizem.

Sem deixar de concordar em relação à questão dos casais, não sendo questão que me tire o sono, analiticamente não deixa de ser o último. E se para um lado o sentimento pode ser já inócuo, para o outro talvez não seja, e o desejo de um poderá não ser o do outro. Se de um lado se esquece até que existiu, para a outra parte pode ser uma memória que perdure para a eternidade. Quando acaba o amor nem sempre é em conjunto... E neste triste caso será apenas a confirmação do que correu mal até à separação, será um simples gesto a justificar o desencontro de duas vidas. Um mero resumo afinal.

CybeRider disse...

Olá Soraia,

E eu é que vou saber se podes?
:)

Este espaço é de quem comenta! Desde que não me seja muito ofensivo ou que o "blogger" não imponha aqui aquele quadro de aviso de conteúdos...

Mas não transfiras para mim a responsabilidade do que queiras dizer.

Agora vê lá... Não costumo ficar sem palavras... :D

CybeRider disse...

Olá Pepita,

Fiquei preocupado! Agora que já li o que te aconteceu, fiquei preocupado na mesma.

Tens de aliviar a carga. O stress é uma coisa terrível e tu ainda és muito nova para andares às voltas com problemas desses. Esses sustos são para levar a sério.

Não te preocupes com estas promessas. Por aqui já sabes que nunca cobro nada a ninguém, até porque sou o maior faltoso.

Vai com calma. Beijinho e as melhoras.

CybeRider disse...

É uma arte complexa Nirvana. O relacionamento social está assente no uso das ferramentas, e o beijo é de facto uma ferramenta preciosa. Interpretá-lo será uma arte também, principalmente quando aquele gesto não é o da mera convenção.

Já o abraço é mais fácil de ler, por um lado não será tão convencional, já pressupõe um nível de intimidade. Preocupa-me o facto de não estar a olhar nos olhos quem se abraça, o que de certa forma quebra a dualidade do momento. Talvez receie ficar apenas com a minha leitura, mas o olhar também pode ser mal interpretado... Nunca tinha pensado nisso... Acho que tenho de prestar mais atenção aos abraços... Tempos houve em que o aperto de mão dizia muito, depois apareceram as teorias e hoje já não se sabe bem quais os sinceros e quais os estudados, têm de ser avaliados paralelamente a uma série de outros factores, talvez também fosse assim antes das teorias...

(O teu Prozac é um sábio!) :))


Beijinho, Nirvana

Mário Rodrigues disse...

E aqueles gajos russos, que dão alguns 50 beijos uns aos outros...

mfc disse...

os melhores?!
... os que nos sabem bem!

CybeRider disse...

Ó Mário, agora fizeste-me lembrar dos americanos, quando dizem "kiss my ass"... Mas lá está, quanto a beijos há gostos para tudo.

:)))

Soraia Silva disse...

A palavra "foder", é calao para muita gente, para mim, é uma palavra como muitas outras(das mais disparatadas, claro).

portanto ...

por falar em varios tipos de beijos, tambem vou fazer um à parte (fazendo referencia Às diferenças)

ja ouvi questionarem se havia alguma diferença entre fazer amor, fazer sexo ou foder... é claro que ha e muita, mas é obvio que nao preciso de dizer quais sao, porque tu sabes...

pronto, foi so para mostrar que para alem dos beijos, tambem há outros actos com varios significados...


há quem nao dê importancia a determinados actos, a determinados sentimentos, mas acontece muito sentirem hoje uma coisa, e amanha tudo isso acaba, e apenas se aposta num acto banal...

O ultimo beijo... bem, eu penso sempre no ultimo que dei, no suposto ultimo, recordo-o de bom agrado. tenho a certeza que daqui a minutos, horas, darei um outro beijo ao meu amado, mas nunca sei se o beijo que dei antes, nao será o ultimo... fica-se sempre na esperança que se vai dar o proximo, mas a verdade é que nunca se sabe o que acontecerá de um minuto para o outro...

falo eu da minha opiniao, claro...

beijinho Cybe :)

CybeRider disse...

Mfc, sou levado a inferir que os piores são os que nos sabem mal... Mesmo estes são sempre melhores que um pontapé no traseiro.

("Tantos... E tão poucos.)

:)

CybeRider disse...

Soraia!

Eu?!?!?... Sei lá o que são essas coisas!!!

(Mas já ouvi dizer que até os passarinhos gostam.)

:)))

O teu testemunho é de uma alma apaixonada. Que sortudo, o teu amado! Espero que ele saiba e que tenha a mesma expectativa que tu. De certeza que poderão renovar esse momento muitas vezes. Não penses em imprevistos, o que conta são os sentimentos, porque o caminho faz-se caminhando, e contra isso nada podemos fazer.

Beijinho Soraia!

:)

uminuto disse...

Nesta anatomia do beijo, escolho o beijo sentido, o beijo primeiro pela inovação, pelo sentir único.
um beijo te deixo

CybeRider disse...

Olá Uminuto!

Não mereço tanto, afinal a escrita já foi inventada há tanto tempo, e aqui nada mais tenho para mostrar...

:)

O beijo que me deixas retribuo-to com muito agrado!

O dear coiso disse...

Olha que esta... depois a gente fala...

Pepita Chocolate disse...

Qunado li o teu texto pela primeira vez, e depois, mais duas ou três...lembrei-me dos poucos apreciados,e não daqueles que fazem palpitar o coração com sensações boas. Falo de beijos, claro!

Sempre ouvi dizer que os mortos não fazem mal a ninguém; mas não me vejo a beijar a face fria, sem expressão e sem cor. E confesso que me faz imensa confusão, quem argumenta que só assim se pode despedir de alguém que parte. Que a despedida tem de ser feita de tão macabra forma? serei diferente, quando acho que beijar um morto é algo que me tira o sono e não, não me tranquiliza? Os rituais da morte, criados pelos homens, são mais que suficientes para quem quer fazer despedidas. Eu prefiro não as fazer, prefiro pensar que alguém partiu em viagem e não teve tempo, nem me deu tempo, para dois beijos na face.Para uma despedida.

De outro beijo me lembrei, do meu primeiro. Lembro-me das miúdas contarem como era beijar um rapaz.Lembro-me da alusão a filmes românticos... e como pode uma miúda ser tão enganada. Foi o pior beijo que recebi na vida... e jurei que não voltaria a repetir tal acto. Houve depois quem me convencesse a mudar de ideias, e sobre isso não vou falar... ;)

lembrei-me de outro nome que se pode dar aos beijos- ósculos. Estranho nome, pouco poético e que parece de sabor duvidoso. Quanto aos beijos, a palavra soa melhor e bem dado será sempre apreciado!E se alguém se atreve a roubar um, corre sempre o risco de ver cinco dedos assentes na face. Mas, na vida, o risco existe sempre! Até num beijo! E por um beijo, há muito quem se arrisque!

Não fui, nem sou grande beijoqueira, talvez porque nunca recebi muitos, vindos daqueles que mais me faziam falta. Lembro-me de serem substituídos por xi-coração, ao colo do meu pai.
Hoje reclamam-me, o meu pai e a minha mãe, dois beijos na face, quando vou lá casa. e se porventura não o faço, sei que logo sou chamada a atenção. Talvez eu perceba que achem que é o elo que me prende a eles; mas esse elo, é algo bem mais forte do que um beijo.

Também confesso que já fui menos beijoqueira, que já reclamei menos pela ausência de um beijo. e como alguém diz, quando lhe peço um: "Nao to dou, que eles estão caros!" Mas depois desta negativa sei que virá.

Afinal, quando se gosta, poderá um beijo na face fazer mal a alguém? Já um beijo na boca, pode fazer mal a muita gente- a quem os recebe, a quem o dá e a quem farão fazer agir com possessividade.

Há beijos profundos, beijos de amizade, de amor, de consolo, beijos repenicados, silenciosos e com barulho... mas os que detesto de verdade, são os que me molham a cara, que são mais do que um encostar de cara. São dados com dois lábios,mesmo no centro, quando a face não se esquiva. A este ritual de beijo de avó, segue-se disfarçadamente, uma limpeza facial. Não vá haver má interpretação, que limpar um beijo daqueles à antiga é sinal de falta de respeito.
existirão os beijos roubados, os salgados e os desajeitados. Mas não deixarão de ser beijos por isso. Depende de quem o dá, do desejo de quem o recebe.
Há até quem ache que os locais dos beijos podem implicar desejos. e isso, faz-me lembrar uma quadra tola, do meu tempo de adolescente:

Um beijo na testa é respeito,
Um beijo na face é carinho
Um beijo no queixo é desejo
De subir mais um bocadinho...

Existirão beijos que nunca se esquecem, ou daqueles que se querem esquecer. uns porque trazem sorrisos, outros lembranças e alguns deles, amargos de boca.
existem depois os beijos que nunca se dão mas que se deixam,
e é com esse que me despeço: um beijinho, como muito carinho, a quem um dia me provocou para eu cá vir parar. ;)
Porque, afinal, em pleno século XXI, existem também os beijos virtuais que atenuam a frieza de um teclado, e a tecnologia de uma máquina. E quebram o gelo entre quem se desconhece, e depressa se dá a conhecer.
Não, não te mando mais nenhum, que eles estão caros...

CybeRider disse...

Dear coiso. Sobre isto, pouco pelos cotovelos...

:)

CybeRider disse...

Olá Pepita!

Desta vez cumpriste a promessa. Não precisavas. Olha que mereces o descanso, e ainda por cima faz-te falta.

As despedidas são sempre formas pessoais de ver alguém partir. Embora concorde em absoluto contigo, até pelo que referi no texto, não deixo de tentar compreender quem age de forma diferente.

O primeiro beijo talvez seja na maioria das vezes uma das recordações mais inúteis que podemos acumular... Mas também posso estar a ser muito injusto com esta afirmação. Haverá decerto quem o recorde como uma medalha de mérito, um ponto de viragem em que se quebraram barreiras, talvez importantes. Aliás, agora que penso nisso... :)

Há muito de facto a avaliar e descrever relativamente aos beijos, e tu esmeraste-te. És uma verdadeira perita!

Não conhecia a quadra, mas fico expectante em relação ao resto do poema, que deveria ser deveras inspirador... :)

É verdade Pepita, também recordas essa "maldade" que te fiz. Mas valeu a pena minha amiga. Tenho a certeza que foi das coisas mais certas de que alguma vez me lembrei.

Melhor que mandá-los então será trocá-los!

Assim te retribuo com o mesmo carinho, que sabes sincero, o beijo que aqui deixaste a selar este diálogo que me tardou mas que recordarei sempre com apreço.

Mente Quase Perigosa disse...

É (tristemente) engraçado que nunca saibamos que aquele beijo irá ser último beijo. Mas acontece (pelo menos, a mim aconteceu-me sempre) não se saber que será a última vez que beijaremos aquela pessoa...

E depois pensamos vezes sem conta que souberamos nós esse facto e seria um beijo mais sentido. Um beijo para recordarmos para sempre...

CybeRider disse...

Oi Mente querida,
Desta vez nunca mais cá chegava, o raio da caixa de email mandou-me o aviso do teu comento para "spam".

Se fosse como dizes a nossa piquena história seria feita de momentos absolutamente grandiosos, assim...