domingo, 28 de fevereiro de 2010

Cem

Cerca de seis mil e novecentos milhões de dias em vinte e quatro horas. Tantos quantos os relatos diários que podiam constar do comandante desta nau redonda à deriva pelo vazio.

E eu para aqui ralado com cem. Cem textos, e um aniversário que me passou ao lado. E se isto não estiver preparado para três dígitos?  E se se acaba o meu mundo como se vaticinou na passagem do milénio?

Tenho adiado.

Hoje reuni a coragem necessária para este salto profundo. Seja o que...

Esbarro de novo nisto... O inominável... Ele não existe! Farto-me de afirmar isto e esbarro sempre no mesmo. Devia dizer: "Seja o que Eu quiser", isso sim. Mas sei lá o que quero. A um por ano teria precisado de cem anos. E talvez fosse isso o justo. O que me arroga o direito a tecer considerações sumárias por mais de uma vez em cada ano que passe? Que peso pode ter isto, face aos seis mil e novecentos milhões que se debatem com tanto? E os deveres decorrentes?

Agora fico cem vezes em dívida por me ter apoderado de algo que não me pertence. Usurpei a inteligência colectiva e assumi por cem vezes que algo era de facto meu. Mais um punhado de mentiras. Cem!

E agora?...

A próxima meta terá de ser quatro dígitos. Outros tantos pecados... Arderei no Inferno!...

Não haverão efemérides que cheguem...

Cem chicotadas me dessem! 

Mas se tiver de ser... Que seja uma por ano.


© CybeRider - 2010

12 comentários:

Mário Rodrigues disse...

Cem! Já não são poucos. Mas está muito longe de serem muitos...Os teus, muitos? Não! Estou sempre à espera de mais um, e mais um e outro...
Chicotadas? Sim. Bem as mereces. Também ando com umas em falta! Por vezes distraio-me da minha missão...e isso é imperdoável!

Bem sabes que um homem não é o que vive, mas aquilo que faz com o que vive...

Abraço

Pepita Chocolate disse...

E venham mais umas centena, não uma nem duas... umas quantas, muitas! Porque é sempre bom ler quem sempre escreve bem, quem sempre sabe como deliciar um leitor entre divagações e coisas muito sérias. A brincar ou a ´sério, com metáforas ou realidades sem comparações delicias naquilo que escreves. E habituaste-nos a isto, que quando te ausentas, sentimos falta e perguntamos: O que será feito? será que se esqueceu?

Venham mais cem, que estes cem souberam a pouco. (não é uma cobrança, que não interpretes assim, mas antes uma vontade de ler quem sabe escrever como tu. Há poucos...raridades!)

Beijinho!

Nirvana disse...

Bem que eu não gosto de números! E estou cheia de razão!
"E se não estiver preparado para 3 dígitos?"," Tenho adiado". E à conta dos números andas a privar-nos das tuas palavras! Bem que eu não gosto de números :))
Estejamos nós preparados para os próximos! Que venham eles, Cybe, como tu quiseres! Mas espero que não leves a sério a ideia brilhante do um por ano! Para isso já chega o Natal e o Ano Novo ;).

Eu acho que para pagares essa dívida de cem, só com mais cem, acrescidos de juros, claro, que isto não está para brincadeiras!!

Quanto à inteligência alheia, poderás dizer que a incentivaste a funcionar, e desculpa discordar, mas com mentiras é que não foi.

Agora? Com certeza conheces O Principezinho . Uma das frases lá escritas diz "tornas-te responsável pelo que cativas. Por isso, acho que não te restará muita alternativa a não ser continuar a presentear-nos com as tuas palavras.

Beijinhos, Cybe :)

the dear Zé disse...

100 textos é muita letra por pagar, ou por onde pegar. Apesar de menos, ainda assim são muitas palavras. Uma trabalheira lê-las todas, e um prazer. Um grande prazer.
Por isso deixa-te de merdas e continua a escrever, faz disso um vício, uma adição que só pode ser benigna e não nos deixes em abstinência que a ressaca é lixada.
Escreve porra. Nem tudo é brilhante? que se lixe, contigo não há material fraco ou assim assim, é tudo 1ª divisão.
E não penses tanto, isso, eu sei o que estás a pensar e sei que sabes que eu sei. Repito, deixa-te de coisas, escreve, mesmo que te doem os dedos. Mesmo que seja mais um punhado de mentiras, ninguém vai pedir um certificado de autenticidade. Mas escreve-as bem, como tu sabes.
Conta histórias ou inventa-as, tanto faz, ou poemas ou qualquer coisa que junte letras e palavras.
Porra (3º palavrão), isto não é um confessionário e isso de pecados é para os beatos e as ratas de sacristia e, chicotadas??! mas agora deste em masoquista?
Ai o caraças. E já viste o que me fizeste escrever? parece um lençol dos teus.

Pronto meu, não te bato mais.Um abraço.

escarlate disse...

oh Cyber... confesse lá... andou este tempo todo a contá-los, não foi?! :)
ou a festejar??? quê??? e nem nos convidou para 1 fatiazita do bolo?? com todo o respeito... é 1 sovina!!!
et voila... resta-me dar os parabéns

Gemini disse...

CEM... 100.. SEM te ler é que não é, efectivamente, a mesma coisa!

Agora passeias por aqui cem ideias!

Se não estiveres preparado para três digitos logo verás, mas... "If you never try, you'll never know"!

Tento vestir-me de palavras de gala, quando cá venho, porque letras que sorriem ao serem juntas por ti em palavras sábias, intimidam, por vezes, confesso. Contudo, há-de chegar o dia em que, ao comentar-te, te deixarei...
Cem comentários! ;)))

Parabéns,

Cem abraços!

CybeRider disse...

Olá Mário!

E se a falta não for por distracção? Talvez a missão esteja cumprida. O que alguns acham de menos para outros será demais.

Aceito as tuas sábias palavras, principalmente porque não devemos ser nós a definir os limites da missão.

Abraço

CybeRider disse...

Olá Pepita!

Jamais poderei esquecer as palavras de incentivo que tenho recebido nestas caixas, acreditasse eu que eram merecidas e talvez as ausências fossem menos justificadas. Até por isso é importante que tente uma selecção e ultimamente tenho-me sentido pouco vocacionado para a fazer. Gostaria que tudo o que por aqui deixo me fizesse sentir alguma paz interior, isso confirmaria o que de bom me dissessem e atenuaria o que alguém pudesse eventualmente entender de outro modo.

Beijinho!

CybeRider disse...

Olá Nirvana!

Essa perspectiva dos números poderá não ser de todo descabida. Acredito com facilidade que constituem barreiras a que nos propomos. Se a pressa é inimiga da perfeição, sou o derradeiro opositor a eventos de contra-relógio, no entanto parece que a sociedade nos empurra cada vez mais para esse destino. Dir-se-ia que só é válido o que se produz em quantidade, e depressa.

Talvez a questão seja principalmente essa e tenha chegado a altura de colocar em prática o que defendo. Terei de ter tempo, já que a qualidade é difícil de controlar.

Quanto ao Principezinho, evoca-me sentimentos de profunda solidão - acredito que não teve muita escolha sobre o que gostaria de cativar; coisa diversa da realidade destes espaços, onde não há mundos herméticos e o que cativamos nem sempre é o que desejamos, neste contexto tenho tido muita sorte, outro haverá que não...

Beijinhos, Nirvana

:)

CybeRider disse...

Olá Caçador!

E contra factos não haverão argumentos. Sei que tenho de levar-te a sério.

(Mas souberam tão bem as férias... Inúteis, é certo...)

O pior é que a questão poderá não ser o que escreva ou não. Talvez seja principalmente o que se leia ou não leia. O que se participa ou não se participa. Escrever até poderá ser o mais fácil...

Um abraço!

CybeRider disse...

Olá Escarlate!

E se nada houver a celebrar? Talvez a questão seja essa afinal, fazer a festa ou encomendar o enterro? De uma forma ou de outra, haveria velas para apagar... Num caso ou noutro, ainda que num não houvesse bolo, haveria o cheiro a estearina.

Obrigado pelos votos!

CybeRider disse...

Olá Gemini!

Faltava-me esse trocadilho :)))

Podias ter avançados sem medo e teres-me apontado a pura verdade, porque de facto me sinto a passear por cá sem ideias que valham...

Agradeço-te os parabéns, mas sinto que não os mereço, a ser como dizeis tenho gorado a minha missão. Cem é um numero demasiado pequeno para o que me deveriam ter merecido todos os que como tu me têm sempre apoiado. Mereceriam todos o meu esforço em conseguir mais e melhor, assim fico-me pela satisfação do meu egoísmo e indigno de receber quaisquer louros.

Na medida em que a avaliação é vossa mas a conclusão é minha não posso deixar de afirmar que, também tu, és demasiado benévolo.

Mas retribuo-te os abraços!