AS PALAVRAS
Quando era miúdo
Dizia asneiras em vez de palavras
E, sobretudo, dizia palavras
No lugar de asneiras...
Agora, digo palavras que não são asneiras
E asneiras que nem palavras são...
E se tenho motivos para dizer
As asneiras que sei,
Troco-as muitas vezes
Por palavras que não conheço.
Momentos há até
Em que as asneiras que digo
Soam a palavras vazias
E palavras que digo
Soam a asneiras
Que nunca soube dizer.
Quando fios da seda mais branca
Me amortalharem,
Direi decerto muitas asneiras
Em vez de palavras
E muitas palavras
Que nem asneiras chegarão a ser.
Mas hão-de sempre haver
Tantas asneiras demais ditas
E tantas palavras lindas
Que a censura do tempo
Não deixará nascer...
Quando era miúdo
Dizia asneiras em vez de palavras
E, sobretudo, dizia palavras
No lugar de asneiras...
Agora, digo palavras que não são asneiras
E asneiras que nem palavras são...
E se tenho motivos para dizer
As asneiras que sei,
Troco-as muitas vezes
Por palavras que não conheço.
Momentos há até
Em que as asneiras que digo
Soam a palavras vazias
E palavras que digo
Soam a asneiras
Que nunca soube dizer.
Quando fios da seda mais branca
Me amortalharem,
Direi decerto muitas asneiras
Em vez de palavras
E muitas palavras
Que nem asneiras chegarão a ser.
Mas hão-de sempre haver
Tantas asneiras demais ditas
E tantas palavras lindas
Que a censura do tempo
Não deixará nascer...
© CybeRider - 2009
4 comentários:
Um delicioso exemplo da magia das palavras…
Um abraço
E o que seria da nossa vida sem elas?...
Um abraço!
E, enquanto for esta tua expressão,
Não deves temer pela asneira!
Um erudito contorna o calão,
Suas palavras, assim, sempre serão,
Fios de água a fluir de qual torneira,
Que, cristalina, nos branqueia o coração!
Este teu texto é um hino!
Um abraço!
Gemini, tu sim que és um poeta!
Um abraço!
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